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quinta-feira, 23 de maio de 2019

 Se continuar ASSIM VAI ACABAR                    em breve
















Com a aquicultura a tendencia É TER SEMPRE MAIS



quarta-feira, 22 de maio de 2019


Cananeia nos dias atuais
Cananeia, cidade histórica, estancia turística, conhecida nacional e internacionalmente por sua riqueza biológica e preservação ambiental, já foi a capital das ostras e o melhor ponto para o turismo de pesca do litoral paulista.
Muitos bairros dos municípios que compõem a região como por exemplo: Porto Cubatão, São Paulo Bagre, Agrossolar e Ariri em Cananeia, Subaúma em Iguape, Pedrinhas e trincheira em Ilha Comprida, tem sua economia principalmente voltada ao turismo de pesca, que já se desenvolve historicamente na região. Os impactos causados a natureza por esse tipo de atividade, se comparado a outras, como por exemplo ao da pesca comercial, é exponencialmente menor e mais compensatório. Financeiramente ao fazermos um comparativo entre o valor monetário por quilo de determinadas espécies de pescado desembarcado na atividade de pesca artesanal, comercial e industrial é irrisório quando valoramos o quilo do pescado abatido na atividade de turismo de pesca. Socialmente, a distribuição desse valor econômico entre a cadeia produtiva que da sustentação ao turismo de pesca é muito maior no comparativo, onde apenas o pescador (recebe pouco) e o atravessador, que revende e distribui o pescado (recebe muito) veem a receita da atividade. Já no turismo de pesca toda a receita trazida de fora do município, pelos praticantes da modalidade, aqui fica e é distribuída por toda a sua cadeia produtiva, além de ser potente ferramenta que contribui para a fixação do homem ao seu local de origem e importante instrumento de ascensão social e preservação da cultura caiçara. Ambientalmente, para que se desenvolva é fundamental que haja um meio ambiente integro, saudável e preservado. A riqueza cênica, biológica e cultural, assim como a infraestrutura, conta tanto quanto o peixe na decisão do turista pescador quanto ao próximo destino a visitar.
Levado em conta o elevado índice pluviométrico característico e por sua posição geográfica, entre Ilha Comprida e o Continente, não possuir praia com fácil acesso, Cananeia acaba sendo mais um ponto de passagem do turismo de veraneio, praia e passeio quando esse acontece.
Muitas atividades turísticas alternativas veem sendo tentadas fomentadas e até  financiadas com dinheiro público, mas a principal, que sempre trouxe resultados tanto financeiros como científicos e ambientais, o turismo de pesca, vem sendo esquecido e até marginalizado pelas autoridades locais, restringindo cada vez mais o acesso aos locais onde se desenvolve, impondo cotas, dificultando e burocratizando a instalação de novos empreendimentos correlatos além de uma fiscalização cada vez mais ostensiva aos envolvidos.
O poder publico e as autoridades locais, até hoje não deram suporte estrutural ou jurídico a atividade do turismo pesca amadora, muito diferente do que vem acontecendo com as outras que estão tentando implantar, sem resultados expressivos até o momento.
As atividades econômicas da iniciativa privada que mais se destacaram nas últimas décadas historicamente, foram sem dúvida, a pesca, o turismo, principalmente o de pesca, e a aquicultura, tanto continental como estuarina.
Praticamente todo o território do município, está dentro de um mosaico de Unidades de Conservação, com diversas Categorias de restrições.
Se por um lado isso foi essencial, para que mantivéssemos nosso patrimônio biológico e cênico em um primeiro momento, por outro, acabou sendo uma das causas da estagnação econômica. levando sua população a uma dependência ainda maior dos recursos naturais do território, causando diverso e graves conflitos quanto a esse uso.
Bom levar em consideração, que devido a sucessão de crises financeiras, políticas e econômicas que atravessamos, como país, nos últimos tempos houve um fluxo crescente de migração e emigração no município.
Muitos que antes eram turistas e possuíam um imóvel secundário na cidade e entorno, hoje eles os ocupam como residência definitiva. Outros vieram em busca de oportunidade de sobrevivência e muitos outros tantos, acabaram deixando o município pela falta dela, principalmente os mais jovens.
Isso gerou uma demanda ainda maior na extração dos recursos naturais disponíveis, além de uma maior dependência por equipamentos públicos, como saneamento, saúde, educação, entre outros, já precários e ineficientes.
Como diversos indicadores e pesquisas demostram, a pesca comercial, industrial e principalmente a artesanal, tem mostrado um aumento no esforço de pesca, e uma considerável, diminuição na produção desembarcada nos últimos tempos. Dentre as diversas percepções que temos com esse cenário é claramente que diversas espécies, estão sucumbindo por superexploração ou pior, podem estar sumindo por captura acidental ou  como, fauna acompanhante e ainda por descarte no mar quando o alvo e’ outro ou  simplesmente sendo vendidos por preços irrisórios como mistura, por se tratar de diversas espécies ainda em sua forma jovem, fora do padrão de tamanho comercial.
Quando falamos em aumento do esforço de pesca, logo nos vem a mente que com isso, também surge o poder da adaptação de quem empreende o esforço. Isso pode levar ao desenvolvimento de técnicas ainda mais agressivas e predatórias, para se obter um melhor desempenho que inevitavelmente suscitará a um ciclo vicioso insustentável. Sucateamento da frota e equipamentos, aumento do descarte de resíduos de pesca e apetrechos, aumento do índice de acidentes, por exemplo, dos ambientais: vazamento de substancias químicas, naufrágios e de trabalho por falta de estrutura; conflitos por áreas de pesca, autuações, desvalorização socioeconômica do oficio de pescador e por consequência, maior dependência de seguro defeso e demais assistências sociais além da exaustão total dos estoques naturais e’ o cenário que vislumbraremos em um futuro muito próximo se continuarmos com a política atual, a não ser que:



A Cananeia dos Sonhos
Projeto SIMBIOSE
Sistema
Integrado de
Monitoramento
Biótico e
Interlocução entre as
Organizações dos
Setores
Econômicos/ Estratégicos
As fazendas de organismos marinhos nativos como moluscos, Ostras e Mexilhões, algas, Robalos, garoupas, camarões, badejos, entre outros, funcionam a pleno vapor, tendo já, algumas culturas mais rápidas, obtido o retorno financeiro do investimento inicial.
Muitos, quase a metade, dos pescadores artesanais aderiram ao projeto SIMBIOSE e passaram a ser Aquicultores fundando suas próprias Microempresas Individuais, MEIs, passando a ser cidadãos contribuintes e não mais dependentes do Estado como antes.
Ha uma ascensão tanto financeira como social dessa parcela da população. Com seus cultivos em funcionamento fica mais fácil de programar a vida. A hora da maré agora é a hora de manejar a produção e não mais ir atrás do pão, pois o sustento já está garantido, guardado e crescendo. Há uma programação de receita, e com isso, fazer um financiamento, como por exemplo de um carro, um barco, um equipamento, material de construção ou até mesmo de uma casa, passou a ser uma realidade realizável, sem incertezas nem constrangimentos.
A arrecadação do município cresce vertiginosamente e assim a oferta e qualidade dos equipamentos públicos como saneamento, segurança, educação, lazer e infraestrutura estão experimentando uma radical revolução para melhor tanto na qualidade como na eficiência.
As ruas e calçadas da cidade estão limpas, bem conservadas, arborizadas. O hospital está sendo ampliado e reequipado assim como os postos de saúde dos bairros. 100% do município conta com rede de coleta e tratamento de esgoto, calcamento, transporte publico e escolar de qualidade.
Por consequência daquela, quase metade de pescadores artesanais comerciais, que espontaneamente decidiram mudar o ramo de atividade e se tornaram MEIs em aquicultura, toneladas de recursos pesqueiros deixaram de ser extraídos, com isso o estoque pesqueiro voltou a crescer.
Os produtos de Cananeia agora viraram grife, principalmente por sua rastreabilidade e diversos certificados de qualidade e socio ambientalmente justos que conquistou.
Regularidade e padronização na oferta de produtos de altíssima qualidade e frescor, oferecidos a preços extremamente competitivos, devido principalmente, a logística instalada e empregada e a proximidade, em comparação a outras zonas produtoras, tanto do maior centro consumidor do país como dos portos e aeroportos, contribuem para esse status e demanda cada dia maior. Todos os pescadores artesanais. comerciais autônomos e aquicultores fazem questão de desembarcar suas produções no Entreposto Pesqueiro Municipal, antigo CEAGESP, sob administração da Colônia Z9, para certificação das mesmas e assim conseguirem preços mais vantajosos em comparação a outros portos e Unidades de Beneficiamento. Com isso houve uma reestruturação total no antigo terminal. Equipamentos novos e modernos auxiliam no desembarque, na manufatura e armazenamento assim como toda a estrutura de apoio as embarcações estão mais modernas e funcionais e como há uma crescente demanda os preços dos serviços oferecidos são extremamente competitivos.
Ficou mais fácil e eficientes os controles, tanto sanitário como de produção e fiscalização pois centralizou-se a recepção e escoamento de tudo que se produz em termos de pescados na região.
Há cotas de tamanho e quantidade, assim como períodos específicos para a captura das diversas espécies comerciais, divididos justamente entre os associados da Z9 e assim passou-se a ter uma produção mais consistente e garantida.
Por sua vez os aquicultores, bem distribuídos, dentro do lagamar, em parques aquícolas distintos, se organizaram em uma grande associação/ cooperativa que fornece os meios de locomoção, escala de trabalho, equipamentos e insumos, obtendo com isso, um ganho em produtividade bem como poder de barganha na compra e na venda de seus produtos.
Por haver um controle mais rígido e eficaz, financiado em boa parte pelas taxas de licenças de pesca, que são expedidas individualmente por cada Unidade de Conservação, por período, temos controle do desembarque pesqueiro, tipo de operação, envolvidos e demais outras informações. Enfim, temos um banco de dados que auxilia em todas as tomadas de decisões referentes a exploração dos estoques, fluxo e perfil de pessoas e embarcações que exploram os recursos em todo o território do município.
Aquela quase metade dos pescadores artesanais comerciais que agora são aquicultores causou um aumento no volume do estoque pesqueiro e com isso o turismo de pesca amadora está mais aquecido do que nunca. Há novos empreendimentos e os antigos consolidaram e expandiram seus negócios. Um expressivo contingente dos que antes eram pescadores artesanais, agora exercem o oficio de Condutores de turismo de pesca, bem como outra grande parcela da população, está contratada em empregos formais tanto por esses empreendimentos como por toda a cadeia produtiva que o turismo  de pesca vem movimentando diretamente como hotéis, restaurantes, prestadores de serviço mecânico automotivo, náutico, entre outros, como indiretamente pelo comercio, serviços, controle e organização da atividade e afins.
Por falar em turismo, o fluxo aumentou vertiginosamente. Temos, graças a aquicultura, o desenvolvimento do turismo gastronômico, cientifico e universitário, pois a antiga prefeitura agora é um espaço de fomento e difusão de tecnologias em aquicultura. O antigo hotel Gloria agora é um centro de convenções, comercio e lazer onde além de uma enorme plataforma de pesca amadora, se encontram diversas MEIs, agencias de passeios, informações turísticas, lojas de suvenires, bares, restaurantes, prestadores de serviços coligados, entre outras e passou a ser referência turística da cidade.
Turistas do mundo todo, ávidos por conhecimento, sabores, história, emoção, tecnologias, cultura, preservação ambiental, agora têm como destino nossa região.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Toda a família centroponidae, robalos, com destaque aos C.parallelus (peva) e ou C.undecimalis (flecha)  que são os que encontramos aqui em nossa região, tem a característica de serem hermafroditas, ou seja, mudam de sexo em determinado momento de sua vida, sempre do masculino para feminino.
A UNESP de Registro vem desenvolvendo um projeto inédito no estado, aqui em nossa região, orientado e desenvolvido pelo Prof. Dr. Domingos Garrone  Neto, onde estão sendo tagueados os amimais e após sua biometria são novamente liberados ao ambiente. Esse estudo contribuirá com uma base de dados diversos, como por exemplo, taxa de crescimento, deslocamento do cardume dentro do lagamar entre outros que certamente serão de suma importância tanto para o manejo, monitoramento e orientação do estoque pesqueiro. Em complementação, concomitantemente  outro projeto orientado e desenvolvido pelo Prof Sanchez , também da UNESP Registro vem registrando a mobilidade espermática e maturação sexual dos robalos capturados assim como  a coleta de material para determinar o DNA e assim verificar a variabilidade genética dos espécimes mais saudáveis que aqui habitam.
Tive a honra de me tornar um colaborador através da minha habilidade em encontrar os espécimes alvo e nessas empreitas a equipe já marcou mil e tantos robalos.
Para que esse projeto gere os avanços esperados é de suma importância a colaboração da população, pois independente se você vai abater o peixe ou solta-lo, informe o máximo de dados  como tamanho, local da captura e se possível fotografa-lo, anote o numero da tag e no próprio tag já tem também o n° do telefone que vc deve ligar para comunicar  a captura. Além de vc estar contribuindo enormemente para o desenvolvimento e conhecimento científico, sua informação vale diversos prêmios, como iscas artificiais certificado de colaborador entre outros.
A equipe também está instalando em diversos pontos placas e adesivos informativos.
É sabido que a pesca recreativa gera uma renda considerável para o município direta e indiretamente e que grande parte da mão de obra empregada na cadeia produtiva desse segmento não possui um alto grau de escolarização, portanto é uma excelente forma de trazer esse povo para a economia formal além da inserção social. Vista disso são bairros como Porto Cubatão, Ariri além de outros municípios como em Iguape com o Subauma, Rocio, Barra do Icapara além da Ilha Comprida representada principalmente pelas Pedrinhas que dependem exclusivamente deste segmento turístico.
Para que a atividade seja sustentável o conhecimento é fundamental, pois só assim, com embasamento cientifico e sem achismos, e que poderemos perpetuar e valorizar ainda mais o negócio suas empresas e colaboradores, pois trata-se de um segmento que depende totalmente de um ambiente limpo, saudável e prospero assim sendo vem totalmente ao encontro da vocação turística ambiental de nosso município.
Teremos eleições esse ano, vamos ver se nosso eleito olhe com o grau de importância que o segmento merece, pois lembrem-se  para atender 1 pescador é preciso de um barqueiro, o pegador de iscas, um quarto de hotel com todos seu funcionários, mercado para abastecer o hotel, restaurantes, bares, posto de gasolina entre outros.
É um assunto vasto que voltarei a aborda-lo em futuras edições.
Na próxima edição darei dicas de como montar seu equipamento de pesca de uma forma versátil para que você possa pescar com um único equipamento com boia, chumbo, jig head, jamping jig ou plugs de superfície, meia água ou fundo.

Até a próxima.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Essa vai para os amantes do flyfishing
Dica de montagem de leader para a pesca do robalo

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CANANÉIA ALÉM MAR


Normalmente os pescadores esportivos, freqüentadores desta região, quando ouvem falar de Cananéia, extremo sul do Estado de São Paulo, logo à associam ao robalo. Porém é justamente nas cabeceiras das dezenas de rios que formam este, que é o 3° maior estuário lagunar do mundo, nas estações mais quentes do ano que podemos praticar nosso esporte em busca de espécies muito esportivas como as saicangas e jacundás.
Pescaria muito confortável, pois diferente da pesca no estuário, onde temos de nos vestir com roupas longas para nos protegermos tanto do sol como dos insetos, nesta modalidade estaremos, freqüentemente em  contato com a água fresca e doce como também abrigados sob a sobra das copas das árvores da mata ciliar.
Se a pesca ocorrer em rios de pouca profundidade, com predominância de pedras é essencial o uso de um bastão de apoio bem como sapatos adequados com cravas de aço e solado de feltro.
O ideal é que se faça esse tipo de pescaria subindo o rio em direção a cabeceira ou cachoeira, pois do contrário ao caminharmos sobre o leito, fatalmente revolveremos o fundo, turvando a água o que além de dificultar a visualização acabará com o elemento surpresa. Caminha-se sempre pela margem mais rasa e ao avistarmos um local propício, passamos dele somente o suficiente para ao arremessarmos podermos trabalhar nossas iscas no sentido contra corrente.
Não raro costumamos dar de cara, em poço mais fundos, com robalos que subiram o rio e como estamos utilizando material muito leve é normal perdermos algumas iscas.
As saicangas (Acestrorhynchus falcatus) também conhecidas por tajibucú,  Peixe-cachorro, Ueua e cadela magra, são peixes carnívoros alimentam-se de pequenos peixes, insetos, minhocas e pitus, costumam habitar locais de remansos, próximos a troncos, pedras, na saída de pequenos afluentes, sempre em locais que propiciam ao mesmo tempo, proteção e camuflagem para surpreenderem suas presas. Costumam estar em pequenos cardumes de 4 a 10 indivíduos, conforme o local
Gosto muito de pescá-las com equipamento ultraleve/leve, linhas até 8 lb.,  shock leader de fluorcabono 12 lb, com snap equipado com girador para iscas artificiais de meia água ou superfície e spinners pequenos
Fly, equipamento #2, com um shock tippet, utilizando-se de moscas, ninfas, e pequenos streammers são muito eficientes.
Como é um peixe extremamente veloz, não costuma ater-se muito a detalhes. Vibrou, brilhou ou se mexeu, sendo pouco menor que ela, certamente atacará. 
Jacundá é a designação comum a vários peixes do gênero Crenicichla, perciformes, da família dos ciclídeos. Possuem o corpo alongado, nadadeira dorsal contínua ocupando quase todo o dorso e, geralmente, um ocelo típico na cauda. Também são conhecidos por nhacundá e guenza.
Mutuca do Capeta


Reza a lenda que o Diabo, tomado de ciúmes da devoção que homens dispensam aos seu mortos no dia de finados oferecendo-lhes flores, velas e orações, resolveu castigá-los.
Procurou entre os seus pertences e encontrou o que precisava: O Saco das Mutucas.
“ ̶  A tar da butuca num é coisa de Deus” ̶ diz um pescador de quase 80 anos morador ribeirinho daqui, de Porto Cubatão, narrador dessa história.
̶ Essa praga vem dos inferno!
Tudo começa quando vira o vento norte, no mês de outubro; bate a lombera, aquela preguiça na gente, e o tinhoso cochila, daí afrouxa a boca do saco e já escapa arguma, daquela amarelinha, do zóio bem verdinho que chega a instralá quando a gente bate nela. As criançada chora, se for pequena e os maiorzinho se atenta, dá trabaio na escola, num inscreve, só se coça, e o coisa ruim dá risada, gosta de vê os home se batendo, chamando nome.
O calor vai armentando e com ele, nóis nessa agunia.
Quando chega o dia dos morto, aí ele abre de veiz a boca do saco e a turmada fica doida. Num sabe se acende vela , se bate na butuca ou se reza.
O seu moço qué é vê perto do Natar.
As muié faiz comida farta, os parente vem de fora, os turista da perna branca começa chegá, tudo é alegria pelo aniversário do menino Jesus e aí sim, o demônio se enerva e sorta as butuca preta. Essa morde doído, inframa; coça treis dia e dói cinco. Num deixa drumi. Chega a dá pra iscuitá a risadaria do demo lá pra baixada do Arapaçú quando muda o vento. Pois é justamente lá adonde ele vévi e se cria no meio do caraguatá. Seu moço num gosta de porva, eu digo que porva é coisa poca. É só pra atrapaiá o namoro dos amante em noite de lua grande. Mais essa já é outra história.
E vai assim nessa labuta até chegá o Carnaval, festa de fariseu.
Daí sim, fica bom.
O tinhoso recolhe as butuca de vorta no saco porque gosta de vê as muié pelada, sambando.
A graça do miserável agora é outra. Se ri é de vê os marido nervoso, cum ciúme, bebendo e se torrando nas bera dos buteco, só na raiva e na pinga,  coçando as ferida que fico, do jeitinho que ele gosta, pra fazê tudo de novo  no próximo dia dos morto.